Embolização da Veia Porta

A cirurgia hepatobiliar alcançou grande avanço nas últimas décadas e a ressecção hepática tem sido um dos grandes pilares para a cura ou tratamento dos tumores primários e das metástases hepáticas.

A principal complicação da ressecção hepática parcial (hepatectomia parcial) está relacionada com um pequeno fígado remanescente, incapaz de manter uma função hepática adequada para o paciente. Para evitar tal complicação, atualmente é realizada a volumetria do fígado remanescente futuro (volume do fígado após a ressecção cirúrgica) no período pré-operatório, o que, em associação com outras situações que influenciam a função hepática, irão determinar a probabilidade da ocorrência de falência hepática pós-cirúrgica.

Antigamente, quando esta avaliação indicava alta probabilidade de insuficiência, a cirurgia era contra-indicada. Felizmente, surgiram alternativas pré-hepatectomia parcial para aumentar o volume do fígado remanescente futuro, permitindo este procedimento cirúrgico. Entre estas alternativas, destaca-se, atualmente, a embolização seletiva da veia porta.

Portanto, a embolização seletiva da veia porta deve ser realizada antes da cirurgia e tem por objetivo provocar um crescimento da porção do fígado que permanecerá após a cirurgia, garantindo quantidade suficiente de tecido hepático para manter o seu funcionamento adequado.

Tratamento

O procedimento consiste na punção da veia porta, a partir da pele e atravessando o parênquima hepático, no controle do lúmen venoso portal por meio de bainha introdutora valvulada e na cateterização seletiva dos ramos portais do lobo hepático que será removido cirurgicamente. Após esta cateterização, é realizada administração de material embólico – como cianoacrilato, coils e partículas – que irão ocluir a circulação destes ramos. Este processo produzirá estímulos para o desenvolvimento do fígado remanescente (fígado que restará após a cirurgia), que será máximo dentro de 3-4 semanas.

O procedimento é realizado através de sedação e anestesia local, com média de permanência hospitalar de 24 horas, recebendo alta no dia seguinte.

Portanto, a embolização portal pré-operatória pode aumentar o número de candidatos para o tratamento cirúrgico, diminuindo também as possíveis complicações do mesmo.