Embolização das Veias Ovarianas
Tratamento da Síndrome da Congestão Pélvica
A síndrome da congestão pélvica (SCP) é definida pela presença de varizes pélvicas associada à dor pélvica crônica (DPC), a qual é caracterizada por cronicidade (duração > 6 meses) e por não ser cíclica. Geralmente, as mulheres referem que acordam bem e que pioram ao longo do dia. Além da dor, também podem estar presentes sintomas como: dor durante relação sexual, sensação de peso em baixo ventre, dor antes da menstruação e varizes vulvares e labiais. Os sintomas tendem a piorar ao longo do dia, com o esforço e com a posição “de pé”.
Atinge mulheres em qualquer idade, desde jovens até perimenopausa, porém sendo mais comuns naquelas que já engravidaram várias vezes; estima-se que seja responsável por cerca de 30% dos casos de dor pélvica crônica nas mulheres.
A congestão pélvica é provocada pela incompetência valvar das veias ovarianas, o que determina refluxo de sangue e consequente dilatação destas veias, assim como das demais veias pélvicas, formando verdadeiras varizes nesta região, similares às varizes das pernas.
O seu diagnóstico é difícil e de exclusão, identificando-se ao exame físico a presença de varizes vulvares e vaginais associadas com a história de dor crônica.
Tratamento
A embolização das veias ovarianas é um procedimento moderno, rápido e seguro, que tem por objetivo ocluir a veia ovariana dilatada / insuficiente e assim parar o refluxo da mesma para as veias pélvicas, buscando proporcionar a melhora dos sintomas.
O procedimento consiste na punção da veia femoral comum, no controle do lúmen venoso por meio de bainha introdutora valvulada e na cateterização seletiva da veia ovariana doente, que então será embolizada, preferencialmente com pequenas molas metálicas, bloqueando a passagem de sangue.
Esta técnica é realizada usualmente sob anestesia local ou sedação, sem necessidade de anestesia geral. Conforme a evolução pós-operatória, a paciente pode receber alta hospitalar após algumas horas (6 – 8 hs) de observação ou ficar hospitalizada apenas uma noite.
Em geral, o tratamento é eficaz com apenas uma sessão de embolização, com resolução dos sintomas em cerca de 80-100% dos casos, e recidivas a longo prazo em apenas 8% das pacientes, devendo ser mantido posterior acompanhamento ambulatorial.